Uma história por uma manta
Imagine a seguinte situação: este Natal quer fazer algo diferente. Porque sim! Porque está farto ou farta do materialismo desenfreado do Natal, porque apesar de farto ou farta vê-se incapaz de escapar às compras de última hora numa dantesca missão de gestão de stress, tempo, memória e criatividade, porque continua a questionar-se acerca da razão que levou aquela alma caridosa a dar-lhe uma prenda que tem como extra a sensação nem sempre confortável de ter de retribuir, mas, ainda assim, quer fazer algo diferente! Porque não?
Ora bem, no Natalmercado encontra o que procura! O tal anseio por fazer “algo diferente” que todos os anos lhe invade o espírito, mas que nunca vai muito além dele (não que seja pequeno!) pode agora ser materializado, estando disponível em todas as bancas do Natalmercado.
Como é que funciona isto do Natalmercado, pergunta você ou perguntas tu (consoante a idade, pois este mercado é para todas elas)?
Muito simples. Para começar, precisa apenas de arranjar uma manta, ou dirigir-se a uma Associação que tenha uma que lhe possa dar, e depois encontrar alguém que lhe queira vender uma pequena história da sua vida em troca.
O Natalmercado tem, no entanto, uma exigência: a história deve ser contada por uma pessoa mais velha. Antes do Natalmercado ser acusado de discriminação de idades, importa referir que tal requisito se deve ao facto das histórias inevitavelmente enriquecerem a cada ano que passa e, tratando-se de um mercado, o valor é uma questão importante. Para além disso, a pessoa que conta a história deve ser uma pessoa que muito provavelmente vai passar o Natal sozinha. Para as pessoas que vão passar o Natal rodeadas da família e dos amigos não começarem a sentir-se descriminadas, cabe-nos o dever de informar que esta segunda exigência prende-se com facto do Natalmercado procurar histórias difíceis de encontrar, preciosas portanto, e o Natalmercado, não elitista mas solidário com a onda das lojas Gourmet, tem como princípio oferecer produtos apenas da mais elevada qualidade.
E agora pergunta: “onde é que posso encontrar uma pessoa mais velha que vive sozinha e que quer partilhar uma história sua em troca de uma manta?”. O Natalmercado tem duas secções de onde pode escolher a resposta (sim, ainda não preza pela diversidade, é um facto, mas caso não encontre resposta em nenhuma destas duas secções, temos ainda uma terceira, chamada a secção de reclamações com apoio ao cliente, sendo este último altamente eficaz – estivemos, inclusive, seriamente inclinados em dar-lhe outro nome por sabermos que tal característica não está normalmente incluída neste tipo de serviços).
Tem, então, duas secções principais ao seu dispor: uma secção pessoal e uma secção associativa. Na primeira secção, pode escolher desde um vizinho que conhece e que sabe que costuma passar um Natal solitário, até um familiar distante que há muito não vê e sabe que terá um Natal semelhante. Deve desafiar esta pessoa a participar no Natalmercado e, no dia 20 de Dezembro, oferecer-lhe uma manta em troca de uma história sua.
Na outra secção, como alternativa, deverá escolher juntar-se a uma associação de solidariedade que aderiu ou quer aderir ao Natalmercado. Quais são essas associações? Todas as que quiserem. É um mercado pro-cooperação. Quais os pré-requisitos para uma associação aderir à iniciativa? Nenhuns. É um mercado livre. De onde deverá ser associação? Qualquer sítio. É um mercado global.
Se conhece alguma associação que gostaria de ver nesta secção, convide-a. Pergunte-lhe se ela não presta apoio domiciliário às pessoas que têm as histórias preciosas e se não poderá acompanhar um técnico auxiliar até à sua casa para proceder à troca de uma manta por uma história.
Como alguns exemplos, tem a Ordem Terceira, a Caritas e a YMCA em Setúbal, a Associação Conversa Amiga em Lisboa e a Associação Crescer a Cores em Carnide.
Sinta-se na liberdade de convidar e desafiar qualquer associação a favor de um mercado de cooperação, livre e global a juntar-se!
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2 comentários:
nao moro em portugal
mas a ideia é boa
sobretudo para mim
que detesto natais
e outras
"festas" obrigatorias ;)
Olá Ana!
Obrigada pelo comentário! Porque não ouvir uma história em troca de uma manta em Paris? :)
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